Paraíba tem que investir R$ 2,4 bilhões até 2035 para garantir abastecimento de água
A Paraíba terá que investir cerca de R$ 2,4 bilhões nos sistemas de produção e distribuição de água até 2035. É o que indica a A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Atlas Águas – Segurança Hídrica do Abastecimento Urbano, que aponta os investimentos necessários em todas as cidades brasileiras para garantir o abastecimento de água até 2035. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (18).
Segundo a Agência, 83% do valor total (R$ 2 bilhões) devem ser destinados aos sistemas de produção e 17% (R$ 395,2 milhões) para a distribuição. Do total em produção de água, 80% correspondem às infraestruturas recomendadas, destinadas a 92 sedes urbanas. Destaca-se o valor destinado às obras do Sistema Adutor Transparaíba Borborema ou Curimataú – Segmento II-PISF Boqueirão (R$ 408,9 milhões) e Ramal Cariri (R$ 418,6 milhões). Esse sistema beneficiará 37 municípios.
Além das infraestruturas recomendadas e potenciais, são estimados cerca de R$ 264,8 milhões (13% do total) para 84 sedes urbanas que têm vulnerabilidade nos mananciais ou nos sistemas produtores de água e são desprovidos de propostas de solução. Esses casos ainda requerem estudos de alternativas para o incremento da segurança hídrica que confirmarão o investimento necessário.
Em relação a distribuição de água, os investimentos de R$ 395,2 milhões para o pleno atendimento da população urbana correspondem à ampliação da reservação, instalação de 166.326 ligações e assentamento de 1.124 km de rede de distribuição.
Segurança hídrica na RMJP
A Agência também destacou intervenções necessárias no Sistema Integrado de Gramame para garantir a segurança hídrica da Região Metropolitana de João Pessoa (RMJP), como a ampliação do sistema, construção de um novo barramento no rio Cupissura e ampliação da estação de tratamento do sistema.
O sistema de abastecimento de água da RMJP é composto por um sistema integrado (Sistema Integrado de Gramame) e oito sistemas isolados. Estima-se que a demanda de água para abastecimento da RMJP, em 2020, seja de 3,4 m³/s, estando as maiores demandas concentradas na capital João Pessoa (2,2 m³/s) e Bayeux (0,3 m³/s). Para 2035, a demanda estimada da RMJP é de 3,36 m³/s, representando um decréscimo de 2% quando comparado a demanda de 2020.
De acordo com a ANA, o município de Rio Tinto conta com infraestrutura potencial, a Adutora Araçagi Leste, que tem sua captação no açude Araçagi. A adutora irá abastecer três municípios na região, e atender à necessidade de ampliação de manancial de tais municípios.
No Brasil
O Atlas Águas indica que é necessário um investimento total de R$ 110 bilhões até o horizonte de 2035 em infraestrutura de produção e distribuição de água, reposição de ativos dessas infraestruturas, controle de perdas do recurso e medidas voltadas à gestão para melhorar a segurança hídrica das cidades brasileiras. Desse montante, o Sudeste e o Nordeste demandam 76% dos investimentos por terem os maiores contingentes populacionais e, portanto, as maiores demandas pelo recurso.
Com relação às perdas de água no abastecimento, o Atlas indica que 22% das cidades brasileiras utilizam os recursos hídricos de modo ineficiente (Classe D), 13% necessitam reduzir vazamentos (Classe C), 19% têm potencial para melhorias significativas no tema (Classe B) e 46% precisam realizar avaliações para confirmar a efetividade das melhorias nos índices de perdas.
Sobre os índices de cobertura do abastecimento, 3.574 cidades têm índices superiores a 97%; 725 possuem cobertura entre 90% e 97%; 732 sedes urbanas registram um patamar de 70% a 90%; enquanto 539 apresentam índice inferior a 70%.
Da Redação com R7