Com pênalti polêmico não marcado, Flamengo vence o Santos por 3 a 2, árbitros do jogo são afastados
Em jogo marcado por polêmica de arbitragem e lei do ex, o time misto do Flamengo venceu o Santos por 3 a 2 dentro de um Maracanã, com quase 44 mil pessoas. O duelo, ocorrido nesta noite e válido pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, significou a despedida da equipe carioca antes da final da Copa Libertadores, que acontece no sábado (29), diante do Athletico-PR.
O resultado coloca a equipe de Dorival Júnior, provisoriamente, na segunda colocação do torneio nacional, com 61 pontos — amanhã, o Inter pode retomar a vice-liderança caso pontue contra o Ceará. Os paulistas, por outro lado, permaneceram na 12ª posição, com 43 pontos.
A partida ocorrida na última terça-feira (25), ficou marcada por uma das maiores polêmicas de arbitragem do torneio. á nos acréscimos do primeiro tempo, Camacho, meio-campista da equipe paulista, foi derrubado dentro da área por Matheuzinho — o árbitro André Luiz Freitas Castro não classificou o lance como pênalti e mandou o jogo seguir.
Segundos depois, em contra-ataque flamenguista, o próprio Matheuzinho recebeu a bola na ponta direita e cruzou para Pedro. De letra, o atacante estufou as redes de João Paulo e inaugurou o marcador. O gol irritou os jogadores santistas, que cercaram o árbitro para pedir o pênalti no meio-campista. Apesar dos protestos, o VAR, comandado Adriano Milczvski, corroborou a decisão do juiz de campo.
Minutos depois do apito final, o Santos publicou uma “carta aberta” cobrando o afastamento dos juízes. O pedido foi atendido de imediato: tanto Castro quanto Milczvski foram punidos pela CBF, que suspendeu ambos dos gramados e colocou a dupla no “Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA)” da entidade — uma espécie de “geladeira”.
Leia a nota da CBF:
A Comissão de Arbitragem da CBF informa que o árbitro Andre Luiz de Freitas Castro e o VAR Adriano Milczvski foram incluídos no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA). A decisão foi tomada após análise da atuação de ambos durante a partida entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão Assaí 2022.
As reações de ex-juízes
O UOL Esporte entrevistou ex-árbitros em relação ao lance em questão. A decisão foi unânime: houve erro claro por parte dos dois envolvidos no episódio. “Foi muito pênalti. O jogador do Flamengo faz a alavanca e derruba o jogador do Santos. O árbitro, muito bem colocado, se omitiu no lance e deu sequência ao jogo. Acredito que ele não quis se comprometer, já que o Flamengo fez o gol na sequência de jogo sem que partida fosse interrompida. Infelizmente é nossa arbitragem, onde os árbitros se escondem no VAR”, disse Ulisses Tavares, condenando a atitude de Castro.
Alfredo Loebeling seguiu a linha do ex-companheiro de profissão e reforçou a necessidade de paralisação da partida — mesmo com a bola rolando. “Foi uma das maiores vergonhas do campeonato. O pênalti é claríssimo, não é duvidoso. O que me passa a impressão é que o VAR não quis expor a arbitragem anulando o gol e sugerindo a revisão. Depois de toda a festa do Flamengo, imagina falar que foi pênalti? A impressão que me deu é que o VAR não quis criar esse circo todo na partida. Mas é uma vergonha. O pênalti é claríssimo”, iniciou.
“Não que não tenha tido pressão, mas faltou ao capitão do Santos insistir e não deixar o jogo recomeçar tão rápido. Houve uma forçação de barra do árbitro para dar o reinício, porque ele sabia que depois disso nada poderia ser feito. O Santos aceitou muito passivamente”, prosseguiu Loebeling. “Aí você percebe a diferença do VAR europeu para o VAR do Brasil. Quando teve a jogada, demorou demais, não poderia deixar seguir. Quando a bola estava no meio de campo, eles já deviam ter visto que foi pênalti e avisar o árbitro. Isso é previsto no protocolo. Tem que parar tudo e ver: se não for pênalti, bola ao chão para o Flamengo”, finalizou.
“Não que não tenha tido pressão, mas faltou ao capitão do Santos insistir e não deixar o jogo recomeçar tão rápido. Houve uma forçação de barra do árbitro para dar o reinício, porque ele sabia que depois disso nada poderia ser feito. O Santos aceitou muito passivamente”, prosseguiu Loebeling. “Aí você percebe a diferença do VAR europeu para o VAR do Brasil. Quando teve a jogada, demorou demais, não poderia deixar seguir. Quando a bola estava no meio de campo, eles já deviam ter visto que foi pênalti e avisar o árbitro. Isso é previsto no protocolo. Tem que parar tudo e ver: se não for pênalti, bola ao chão para o Flamengo”, finalizou.
Para Guilherme Ceretta, o que aconteceu em campo foi um “absurdo”. “O VAR não pedir a revisão é cômico, para não dizer trágico. Concordar com a revisão de campo é infelizmente um raio-x da ineficiência e da péssima safra de árbitros da atualidade.
Assista o lance:
Da Redação com UOL