Planeta está aquecendo mais rápido que o esperado, revela estudo
O planeta está perto de aquecer a um ritmo muito mais rápido do que os cientistas previram anteriormente, de acordo com um novo estudo do cientista americano James Hansen. Isso significa que um limiar-chave de aquecimento global poderá ser ultrapassado ainda nesta década.
Hansen é tido como o responsável por alertar o mundo publicamente sobre o aquecimento global pela primeira vez, na década de 1980.
No artigo, publicado nesta quinta-feira (2) na revista Oxford Open Climate Change, Hansen e outros cientistas usaram uma combinação de dados paleoclimáticos — incluindo informações de núcleos de gelo polares, anéis de árvores, modelos climáticos e dados observacionais — para concluir que a Terra é muito mais sensível do que se pensava às alterações climáticas.
“Estamos na fase inicial de uma emergência climática”, diz a pesquisa, que alerta para uma onda de calor “já em preparação” que empurrará rapidamente as temperaturas globais para acima do previsto.
Esse movimento resultará num aquecimento de 1,5ºC superior aos níveis pré-industriais, na década de 2020, e acima de 2ºC antes de 2050.
As descobertas somam-se a uma série de pesquisas recentes que concluem que o mundo está se aproximando dos 1,5ºC, um limite além dos impactos das mudanças climáticas – incluindo o calor extremo, a seca e as inundações – que se tornarão significativamente mais difíceis de se adaptarem aos seres humanos.
“O limite de 1,5ºC é mais mortal do que um prego”, afirmou Hansen em coletiva de imprensa. “E o limite de 2ºC só pode ser resgatado com a ajuda de ações intencionais”, acrescentou.
Alguns outros cientistas, no entanto, têm dúvidas sobre as conclusões do estudo.
Hansen, diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia, é um renomado cientista climático, cujo depoimento em 1988 no Senado dos EUA chamou pela primeira vez a atenção global para as mudanças climáticas.
Ele já havia alertado anteriormente que a Terra possui um desequilíbrio energético, já que ela recebe mais energia por meio da luz solar do que sai, através do calor que irradia para o espaço.
O excesso de calor resultante é equivalente a 400 mil bombas atômicas de Hiroshima por dia, sendo a maior parte da energia absorvida pelo oceano, descobriu a investigação de Hansen há uma década.
Neste artigo recente, Hansen e os seus co-autores afirmam que esse desequilíbrio energético aumentou, em parte devido aos esforços bem sucedidos para combater a poluição atmosférica por partículas, especialmente na China, e por meio de restrições globais à poluição marítima.
Embora este tipo de poluição seja um grave perigo para a saúde, também tem um efeito “refrescante”, uma vez que as partículas refletem a luz solar para longe da Terra.
Com ClickPB