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A recuperação do turismo em cidades gaúchas após as fortes chuvas

Turismo de Gramado se diz pronto para receber viajantes após chuvas
Imagem: reprodução

Da redação com CNNBrasil – Araçagi, 04/06/2024

O inverno gaúcho em Gramado, na região das Hortênsias do Rio Grande do Sul, pode não ser aquecido pelo fluxo de visitantes que costuma preencher a cidade nesta época do ano. As chuvas que atingem o estado estavaziaram este e outros polos turísticos gaúchos.

Proprietário de três restaurantes na cidade, Josiano Schmitt ilustra o esvaziamento da cidade ao comparar o cenário à pandemia de Covid-19. “Claro, a consequência é muito menor desta vez, preservamos as vidas, naquela época a dor era maior, mas a aflição com o vazio é muito parecida”.

A história de Schmitt e de Gramado é a história de uma série de empresários e cidades no estado. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 94% destes estabelecimentos registram queda no faturamento. Isso sem contar que metade está sem água, e um terço, sem luz.

Por estar localizada na Serra Gaúcha, em área montanhosa, não houve registro de enchentes e alagamentos em Gramado. As principais consequências das precipitações acima da média na região foram deslizamentos de encostas, que deixaram mortos e desabrigados.

Assim, a maior dificuldade para a recuperação da atividade em Gramado — e em uma porção de cidades do estado — é a logística. Por semanas, em decorrência dos deslizamentos, estradas estiveram destruídas ou interditadas, mas no momento o principal gargalo é a operação do Aeroporto Salgado Filho.

Em normalidade, o terminal internacional de Porto Alegre opera cerca de 130 voos diários, sendo que metade tem como destino a Serra Gaúcha. A malha emergencial criada pelo governo para enfrentar as chuvas, se utilizando de outros aeródromos, viabiliza movimentar este mesmo volume de viagens em uma semana.

O Salgado Filho segue sem previsão de retorno, e isso é o que mais assusta o turismo neste momento, segundo Schmitt. “Hoje se uma pessoa quiser comprar uma viagem para vir ao Rio Grande do Sul em dezembro, no Natal, não consegue”, disse.

Além da logística, outra preocupação externada pelos setores de bares e restaurantes, por meio da Abrasel, e hoteleiro, com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), é a publicidade. Empresários temem que as imagens da catástrofe afastem os viajantes dos destinos gaúchos por período mais longo que o necessário.

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