Esportes

Clubes se reúnem no Rio, discutem rateio e iniciarão conversas com a Libra: “Mesmo lado da mesa”

Em um encontro que durou três horas, 25 clubes das Séries A e B se reuniram nesta segunda-feira no Rio de Janeiro e avançaram na discussão sobre a divisão de receitas de transmissão que consideram ideal para adesão a uma liga que organize o Campeonato Brasileiro.

O próximo passo, agora, é conversar diretamente com os integrantes da Libra (Liga do Futebol Brasileiro), entidade que até agora reúne dez clubes, e buscar um acordo para que todas as equipes da Séries A e B possam estar do mesmo lado.

A Libra inicialmente propôs uma divisão com 40% igualitários, 30% proporcionais ao resultado esportivo e outros 30% equivalentes à audiência, presença em estádio e engajamento em redes sociais. Este grupo dos 25 inicialmente queria que a divisão fosse 50-25-25.

Mas os dois lados já sinalizaram que aceitam chegar a um meio-termo, com 45% de forma igualitária, 25% referente a resultado esportivo (posição na tabela de classificação) e 30% de acordo com audiência.

Os critérios que vão definir a formação desses últimos 30% é que ainda precisam ser mais debatidos, afirmaram presidentes dos clubes que participaram da reunião desta segunda-feira no Rio de Janeiro.

Convocada pelo presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, a reunião teve a presença dos presidentes do Atlético-MG e do Inter, clubes que não entraram na Libra mas tampouco se aliaram formalmente ao movimento Forte Futebol, liderado pelo Athletico-PR. Outros clubes que também não estão formalmente em nenhum dos lados, como Grêmio, Bahia e Guarani, não estiveram na reunião desta segunda-feira no Rio.

Comissão para negociar

Os clubes consideram que há muitos fatores externos que podem interferir nessa questão dos 30% de audiência e que, portanto, são necessários indicadores objetivos para essa variável. Para isso, foi formada uma comissão com seis clubes – América-MG, Atlético-MG, Fortaleza, Fluminense e Inter, além de um representante da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), que representa um bloco de equipes da Série B.

– Nós estamos aqui para buscar uma união de todos os clubes e acho que caminhamos bem. Nós tivemos um contato anterior com o grupo dos outros clubes e mais outros que já entraram e nós, aqui agora, decidimos que vamos para a mesa, com um grupo de seis presidentes, uma comissão, para negociar com o outro lado. Entendemos que agora estamos sentados do mesmo lado da mesa – disse Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG.

Sérgio Coelho e Mário Bittencourt, presidentes do Galo e do Fluminense, durante reunião no Rio — Foto: Martín Fernandez/ge
Sérgio Coelho e Mário Bittencourt, presidentes do Galo e do Fluminense, durante reunião no Rio — Foto: Martín Fernandez/ge

Estiveram nesta reunião os seguintes clubes: América-MG, Atlético-GO, Atlético-MG, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Brusque, Chapecoense, CRB, Criciúma, CSA, Guarani, Londrina, Náutico, Operário, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova.

Este grupo negociará com a Libra (Liga do Futebol Brasileiro), que conta com a adesão de Botafogo, Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Ponte Preta e Vasco.

– A gente sente que o ambiente é propício para o encontro, o entendimento. Só que são coisas que precisam ser aprofundadas. Algumas podem ser aprofundadas depois, algumas antes. Critérios, como é que fica a simulação… Todo mundo está entendendo bem como vai ficar? Esse é o momento de aproximar as equipes técnicas. Os clubes que já aderiram à Libra têm suas simulações, nós precisamos ver o que converge – disse o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos.

O dirigente do clube gaúcho reforçou que precisa haver união para a criação efetiva de uma liga que passe a organizar campeonatos no Brasil:

– A gente precisa sentar. Se não, cada lado vai falar uma coisa. Quando o que podemos é estar todos juntos. Buscamos o entendimento, mas sabendo que só vai haver liga se houver os 20 da Série A e os 20 da Série B. Se não, o que vai acontecer é a venda dos direitos de TV.

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