Libra mal começa e já encara dificuldades para a criação da Liga de Futebol, três grupos divergem em porcentagens
Um grupo formado por 23 clubes que não assinaram o acordo para a criação da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) divulgou uma nota oficial com o intuito de informar condições para que o projeto ganhe mais signatários. Os 23 clubes são: América-MG, Chapecoense, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Ceará, CSA, Athlético-PR, CRB, Náutico, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova.
Na nota, os clubes “reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional”, mas estabelecem condições referentes à distribuição de receitas referentes aos direitos de transmissão. Como sustentação dos argumentos, modelos de campeonatos europeus são mencionados.
Os 23 clubes reivindicam que metade do montante total das receitas seja dividida igualitariamente, com 25% sendo baseado na performance esportiva e 25% no desempenho comercial dos clubes. Outra condição requer uma diferença entre o maior e o menor repasse de no máximo 3.5x no primeiro ano, mirando em 1.6x a longo prazo. Por fim, há a exigência de que 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão seja endereçado à Série B.
A nota ainda avisa que os signatários não participarão da reunião marcada para a próxima quarta-feira na CBF. Assim, a tendência é que apenas os clubes que assinaram o documento para a criação da Libra na semana passada (Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Ponte Preta, Santos e São Paulo) marquem presença.
Confira a nota na íntegra:
Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.
É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.
Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).
Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:
(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;
(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;
(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.
Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.
Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.
O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.
Da Redação / PaginaPB