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Lula abriu na manhã desta terça (30) a Cúpula do Sul

Lula defende Unasul e diz que união está acima das divergências ideológicas | LIVE CNN
Foto: reprodução

Da redação com CNN Brasil – Araçagi, 30/05/2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, na manhã desta terça-feira (30), a Cúpula do Sul, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, ao lado de 11 líderes sul-americanos.

Em seu discurso de abertura, Lula falou sobre a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) em 2008 e defendeu a retomada do compromisso econômico, cultural e social entre os países.

“Não preciso recomeçar do zero. A Unasul é um patrimônio coletivo. Lembremos que ela está em vigor, sete países ainda são membros plenos. É importante retomar seu processo de construção, mas ao fazê-lo, é essencial avaliar criticamente o que não funcionou e levar em conta transições”, disse.

O presidente brasileiro disse que nos últimos anos “deixamos que ideologias nos dividissem interrompessem o esforço da integração”.

“Abandonamos canais de diálogo e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos”, acrescentou.

Lula ainda declarou que “elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica”. “Da Patagônia e do Atacama à Amazônia, do Cerrado e dos Andes ao Caribe, somos um vasto continente banhados por dois oceanos. Somos uma entidade humana, histórica, cultural, econômica e comercial, com necessidades e esperanças comuns”, afirmou Lula.

O presidente ainda citou uma série de iniciativas que poderão ser tomadas pelo bloco sul-americano:

  • colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social, mobilizando os bancos de desenvolvimento como a CAF, o Fonplata, o Banco do Sul e o BNDES;
  • aprofundar nossa identidade sul-americana também na área monetária, mediante mecanismo de compensação mais eficientes e a criação de uma unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais;
  • implementar iniciativas de convergência regulatória, facilitando trâmites e desburocratizando procedimentos de exportação e importação de bens;
  • ampliar os mecanismos de cooperação de última geração, que envolva serviços, investimentos, comércio eletrônico e política de concorrência;
  • atualizar a carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN), reforçando a multimodalidade e priorizando os de alto impacto para a integração física e digital, especialmente nas regiões de fronteira;
  • desenvolver ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima;
  • reativar o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, que nos permitirá adotar medidas para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer nosso complexo industrial da saúde e expandir o atendimento a populações carentes e povos indígenas;
  • lançar a discussão sobre a constituição de um mercado sul-americano de energia, que assegure o suprimento, a eficiência do uso de nossos recursos, a estabilidade jurídica, preços justos e a sustentabilidade social e ambiental;
  • criar programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores no ensino superior, algo que foi tão importante na consolidação da União Europeia;
  • retomar a cooperação na área de defesa com vistas a dotar a região de maior capacidade de formação e treinamento, intercâmbio de experiências e conhecimentos em matéria de indústria miliar, de doutrina e políticas de defesa.

Representantes de 11 países estão no Brasil para a reunião: Alberto Fernández, presidente da ArgentinaLuís Arce, presidente da BolíviaGabriel Boric, presidente do ChileGustavo Petro, presidente da ColômbiaGuillermo Lasso, presidente do EquadorIrfaan Ali, presidente da GuianaMário Abdo Benítez, presidente do ParaguaiChan Santokhi, presidente do SurinameLuís Lacalle Pou, presidente do UruguaiNicolás Maduro, presidente da Venezuela; e Alberto Otárola, presidente do Conselho de Ministros do Peru.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, impossibilitada de comparecer devido à situação do país desde a deposição do ex-presidente Pedro Castillo, é representada pelo presidente do Conselho de Ministros do país, Alberto Otárola.

Esta é a primeira cúpula organizada pelo Brasil no terceiro mandato de Lula

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