‘Nunca deveria ter se afastado’, diz Lula sobre países africanos
Da redação com G1 – Araçagi, 22/08/2023
O presidente Lula (PT) defendeu nesta terça-feira (22) uma reaproximação do Brasil com países africanos, dos quais, nas palavras do petista, o Brasil “nunca deveria ter se afastado”.
Lula deu a declaração em Joanesburgo, na África do Sul, durante discurso na cúpula de líderes do Brics, bloco de países composto Brasil, Índia, China e África do Sul.
Ao falar da relação do Brasil com o continente africano, Lula afirmou que o fluxo comercial do Brasil com a África corresponde a apenas 3,5% do comércio exterior brasileiro.
“É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase 30 bilhões de dólares […]. O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado. A África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento”, disse Lula.
Meio ambiente
Lula também afirmou que o Brasil e os país africanos compartilham a responsabilidade de “cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade”, e de combater processos de desertificação.
O presidente voltou a defender o pagamento por serviços ambientais a países que preservam suas florestas e criticou o que considera um “neocolonialismo verde”, sem dizer a quem estava se referindo.
“Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, disse.
A questão ambiental é um dos temas que emperra, por exemplo, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Novo PAC
Lula aproveitou o fórum empresarial do Brics para destacar a nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que reúne um conjunto de projetos de infraestrutura (rodovias, ferrovias, moradias, linhas de transmissão, terminais etc) com a previsão de R$ 1,4 trilhão de investimento pública e privado até 2026.
“Apresentei há duas semanas o novo PAC. O plano prevê a retomada de empreendimentos paralisados, aceleração dos que estão em andamento e seleção de novos projetos. Trata-se de um programa amplo, com muitas oportunidades que podem interessar aos investidores dos países do Brics”, disse Lula.
O presidente afirmou que espera mobilizar US$ 340 bilhões no programa, que terá parceria com empresários e dará “prioridade” à geração de energia considerada limpa.
“Também daremos prioridade à geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel. É enorme o nosso potencial de produção de hidrogênio verde”, disse.