O processo de escolha dos novos conselheiros tutelares e a antecipação do debate sobre 2024
No último dia 1º de Outubro, os brasileiros foram mais uma vez às urnas e desta vez, para escolher os novos conselheiros tutelares dos municípios.
Em Araçagi, brejo paraibano, não foi diferente. Diga-se de passagem, voltamos ao tempo do voto manual, quando tantos outros municípios, destaque-se, bem menores que o nosso, usufruíram da segurança e agilidade das urnas eletrônicas. Mas, não quero escrever sobre isto. A eleição aconteceu e os eleitos foram conhecidos por todos.
Em primeiro lugar, ficou a candidata que todos já esperavam. Danda de Albino obteve incríveis 4.091 votos, uma marca histórica. Em segundo, apareceu o candidato Elimarcos com 2.736 votos. Em terceiro, Igor com 2.522. Em quarto, Adriana de Jair com 2.292 votos. E em quinto, o candidato Gabriel com 2.195.
É inegável a forma absurda de como esse processo têm sido engolido pela questão político-partidária. Os candidatos inscritos ao processo são atribuídos a figuras políticas abertamente. Os eleitores seguem as orientações de agrupamentos políticos sobre em quem votar.
E o mais grave! Parte dos que foram eleitos saíram em suas comemorações em carreatas pelas ruas da cidade com conteúdos bem politizados e que até desrespeitam pessoas. Fogem do real objetivo para o qual foram eleitos, pois, nossas crianças e adolescentes nada tem a ver com essa questão. E este fato acaba por antecipar o debate sobre 2024. Uma pena que inocentemente ou maldosamente, não sei, acabam envolvendo uma questão de política pública, que é a proteção das crianças e adolescentes. E atento: isso é muito grave!
Grave porque a partir do momento em que alguns que foram eleitos escancaram suas preferências políticas, revelam que poderão se tornar convenientes quando a questão de proteção da criança e do adolescente afetar o grupo político ao qual estão atrelados. Até que ponto eles estariam dispostos a contrariar seu ou sua, líder político?
No mais, quero lamentar os vídeos, fotos e áudios que ouvi, os quais embalaram as comemorações de alguns eleitos. É preciso saber diferenciar política partidária de política pública.
Por Fábio Ferreira