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Por Álef Mendes: O capitalismo nas relações e estruturas imperiais protestantes

BLOG DA JACK: Reforma ProtestanteO capitalismo e as estruturas imperiais de igrejas protestantes atuais silenciam muitos cristãos pobres. Não seria nada mal iniciar com perguntas, pois questionar leva-nos ao conhecimento. Nesse sentido, o quanto o capitalismo tem afetado as relações e lógicas cristãs protestantes? Será que as estruturas de diversas igrejas
protestantes atuais seguem uma semelhança imperialista?
Bem, antes de tudo temos que ir ao começo da grande atitude, na qual Lutero, já “cansado” das muitas indulgências católicas, que eram não somente para construir a grande igreja de São Pedro, como também para manter as regalias de uma elite da igreja, que viviam em seus “luxos dourados”, emitiu e ecoa entre os séculos, as suas teses.
O dia era 31 do mês de outubro do ano 1517. Pois bem, neste dia, o grande evento que mudaria com muitos rumos e diversas vidas ocorreu então naquele momento, pois Lutero pregou a suas 95 teses nas portas de uma igreja, evidentemente, contra o comércio de indulgências católicas. Era então o suposto inicio da Reforma Protestante que mudaria a Europa e o mundo.
Entretanto, será que ocorreu com esse evento e os demais que prosseguiram após este, uma reforma das estruturas excludentes das “igrejas cristãs”, que desse dia das teses nas portas em diante passariam a ser chamadas de protestantes?
Boa pergunta, pois apesar de um rompimento com as tidas como heresias católicas de venda de indulgências, com a imersão das noções capitalistas dentro da igreja protestante contemporânea, e assim, o surgimento de práticas anti-bíblicas poderiam, com isso, fazer Lutero escrever um livro com mais de 1000 páginas protestando com as maldades que as noções capitalistas e reminiscências imperialistas nas estruturas da igreja atual fazem, se caso fosse contemporâneo aos fatos atuais, mas, só conjecturas‟, para não exalar as podridões que produzem o dinheiro nas relações cristãs atuais.
O evangelho já foi tido como evangelho dos pobres e a palavra que até hoje ecoa em nossos ouvidos conforme consta em Apocalipse é: “Conheço as tuas aflições e a tua pobreza; contudo, tu és rico!” (Ap. 2-9, p. A). Entretanto, a imersão da noção e imaginação capitalista atual juntamente com as estruturas imperialistas de muitas igrejas têm feito muitos homens formarem grandes impérios em nome de Deus, por vezes bancando as suas regalias em nome de um dizimo tratado como se fosse tributo dos fiéis a Deus (é certo que um obreiro tem direito a seu salário e aqueles que fazem a obra divina, certamente que vivam dela).
Todavia, essas relações capitalistas dentro de muitas igrejas atuais fazem soar o imaginário de quem dá mais é mais fiel e quem dizima mais ou oferta mais teria a sua fidelidade maior com Deus, entretanto, ferindo a centralidade do evangelho, que é a santificação pela a atuação do Espirito para a salvação das almas.
É evidente que em um mundo capitalista, não se mantém a obra de Deus sem finanças, todavia, essa lógica onde só se visa o dinheiro (o dizimo e a oferta) tem incorporado dentro das diversas relações eclesiásticas e sociais de cristãos uma centralidade na vida capitalista, o que evidentemente tem afetado diversas lideranças, de forma até mesmo não intencional, e assim muitos caem na noção que relata Tiago em sua carta no capítulo 2, ou seja, fazem acepções de pessoas.
Bem, muitos ainda bradam em seus púlpitos uma noção conservadora de santidade, mas pecam nas questões essências da vida cristã, devido a uma lógica capitalista que está dilacerando as relações cristãs, e é ainda mais fortalecida pela estrutura imperial de muitas igrejas atuais, nas quais pobres sustentam impérios de muitos homens que enriquecem em nome de Deus e favorecem os ricos que entram em seus templos para lógica capitalista girar em
círculos ou se manter.
O capitalismo reina em muitas estruturas ou instituições religiosas protestantes atuais, nas quais a essência do amor, da paz, da comunhão e diversos outros princípios bíblicos são afetados por uma lógica capitalista, e nessas questões os que mais sofrem e são invisibilizados são os mais pobres, que são os que deveriam mais ser vistos, assim como o mendigo Lázaro foi atendido por Deus.
No entanto, acredito que estes últimos citados são ricos para com Deus guardando suas almas da imundícia que as relações cristãs capitalistas proporcionam. Sei que essas análises podem ser “fortes‟ aos que lerem este texto, porém é uma realidade que a igreja protestante enfrenta atualmente e que irrita o Majestoso Pai.

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