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Por Jefferson Procópio – Ressaca eleitoral: desarmando palanques políticos

Chegamos ao fim das eleições, completamente atípica, mas incrivelmente normal. Por mais que pareçam desconexos, ambos caminham lado a lado, pela quantidade de brigas, apostas e “disse-me-disse” que ocorrem nela. Na minha opinião, a internet e a pós-pandemia potencializaram mais essa rivalidade para consagrar o vencedor, e por mais que muitos chegarão a negar isso, ficou explícita em 2022.

Houve época em que a máxima de que política não se discute era mais levada a sério. Até hoje, muitos mantêm esse discurso, mas na era das redes sociais, fica difícil se controlar. O que se vê nas postagens e comentários, é que muitos até têm a boa intenção de discutir, dialogar, mas não sabem “brincar” sem “brigar”. Posições divergentes tem ficado cada vez mais claras, ao passo que os bate-bocas são mais constantes.

E quando chegam nos chats e whatsapp’s da vida, é que ficam mais complicado ainda: a disseminação de Fake News, o vazamento de áudios adulterados ou cortados, fotos pessoais e vídeos enviados a terceiros, infiltração de correligionários em grupos opostos, e por aí vai… Muitos “cegam” nessa ideologia de chegar lá e esquecem que na política, o que vale são propostas e debates sadios.

No Facebook, existem os que adotam o “meu Face, minhas regras” como verdade absoluta e, com isso, “botam para quebrar”. Não que seja crime se expressar. Não é e nunca será errado, que fique bem claro. O direito à liberdade de expressão é, aliás, uma garantia constitucional. Prevista em lei. Mas será que vale a pena “jogar tudo para cima” e entrar em brigas homéricas só para discordar do outro e defender o que pensa? Alguns acham que sim. Outros defendem que “as eleições vão, mas os amigos ficam”.

O problema está sempre no recente pós-eleições…

Brigamos? Nos atacamos? Falamos coisas que não eram pra ser ditas? Acusamos sem provas? Fizemos loucuras pelo nosso(a) candidato(a)? Na segunda feira, muita das vezes não são traduzidas como algo íntegro e que pode fazer mal ao eleitor, ou em uma relação entre as pessoas próximas. A ressaca emocional se instaura e causa uma coisa sem nome, muitas vezes chamada de frieza, indiferença. Ambos não cedem, e a política exacerbada inverte a relação, transformando-a em troca de farpas.

Familiares, amigos e conhecidos (tanto virtuais como pessoais) se esbravejaram em bate-bocas públicos, de conversas privadas ou ali no cantinho do inbox. Nunca se viu tanto, o verdadeiro “on” do modo soneca, os blocks e os ataques sem dó nem piedade de quem era o grande amigo. Porém, a dor no coração em alguns casos ainda está em cicatrização, mas por quê? (Responda para você)

Da forma como ocorreram essas eleições, com discursos muito fortes e às vezes até apelativos, isso gera, com certeza, mais estresse e uma resposta emocional mais intensa, com ansiedade, raiva, medo, irritação. Muitas vezes, é difícil lidar com essa resposta emocional, mas ela vai acontecer. Não se deve ignorar as emoções negativas, de forma alguma, mas também não se pode deixar que se amplifiquem, principalmente nas redes sociais.

Alguns falam em queda de máscaras, na hora da verdade, distâncias e afins. Na percepção de muitos, ficou algo com alguma clareza: as relações são naturalmente cíclicas. Elas se rompem, se dissolvem ou pausam em alguns casos. Entretanto, sob o cunho de uma pauta política pode se revelar a bancada da falsidade, da moralidade (tradicional ou hipócrita), dos corações partidos, mas também daqueles que buscam por justiça e amorosidade. Lidemos com o nosso amigo desnudo, ou ex.

A política passa, e as amizades? Hora de desarmar os palanques políticos!

Escritos de Jefferson Procópio – Político, Graduado em Direito com extensão em Ciência Política

 

Da Redação / Página PB

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