Opinião por Reyvid Felipe: Quem são os “puxadores de votos” para a Câmara Federal na Paraíba?
As Eleições 2022 já estão a todo vapor! Articulações, reuniões, acordos e uma verdadeira dança das cadeiras marcou o fim do prazo de filiação ou mudança de partido que aconteceu no sábado (02 de Abril). Depois de tantas mudanças e trocas de partidos, já podemos entender, ou pelo menos tentar, os rumos dos políticos paraibanos para o próximo pleito eleitoral na busca de ocupar uma das 12 vagas da câmara federal.
Vamos começar por quem já está ocupando esse espaço. Hoje os partidos Republicanos e União Brasil possuem mais cadeiras cada, enquanto PT, PSB, PSDB, PP, PSC e PL com apenas uma. Com essas articulações e visando o pleito desse ano, as estratégias de cada partido tem sido para unir forças e somar votos na legenda para saírem com maioria na câmara federal.
O PL (atual partido do presidente Jair Bolsonaro) vem com Wellington Roberto, que já está exercendo mandato, mas traz um elemento surpresa, Cabo Gilberto que atualmente está na assembleia legislativa, mas é um dos nomes cotados por Bolsonaro para concorrer a uma vaga na câmara federal. Bem próximo e comungando de muitas ideias do PL, temos o partido União Brasil, que é resultado de uma fusão entre os antigos partidos PSL e DEM, que se uniram para estarem mais fortalecidos em Outubro. Aqui no nosso estado, contam com o deputado federal Julian Lemos e recentemente receberam a filiação de Dr. Damião (Antigo PDT), que é mais um deputado atuando em mandato. Mas não para por aqui! O União Brasil ainda tem um grande trunfo, o deputado federal Efraim Filho, que em 2022 estará concorrendo a vaga do Senado Federal.
Um dos partidos que mais cresceu e se articulou nos últimos anos na PB foi o Republicanos, que hoje conta com 03 deputados na câmara federal: o presidente do partido, Hugo Mota, o já conhecido Wilson Santiago a deputada Edna Henrique, que optou por não concorrer a eleição desse ano, transferindo seu apoio e sua base política para o ex secretario de articulação política na Paraíba, Murilo Galdino. O partido ainda corre em paralelo para compor a chapa majoritária do Governador João Azevedo com os nomes de Adriano Galdino, atual presidente da assembleia legislativa e Chica Motta, ex-prefeita de patos e mãe do deputado Hugo, que podem surgir como possíveis vices na chapa do governador.
Agora, precisamos falar do PSC, este que recebeu várias filiações de ex tucanos como os deputados federais Ruy Carneiro e Patrick Dornelles. Além de ter Leonardo Gadelha, ex deputado federal e atual suplente da câmara federal, o partido não ficou satisfeito em ampliar suas forças, e trouxe para seu reduto o ex prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que saiu de seus dois mandatos da prefeitura de Campina Grande com alto índice de aprovação pelos campinenses.
Seguindo nessa disputa está ainda o PT, que sempre tem grande força no cenário nacional. Aqui na Paraíba, tem Frei Anastácio com mandato ativo na câmara, e quem volta para a disputa em por uma cadeira em 2022 é o ex deputado federal Luiz Couto, que concorreu ao senado na última eleição estadual, não obtendo êxito. Assim como o PT, o PSB, partido do governador João Azevedo, tem hoje apenas um representante na câmara, o deputado Gervásio Maia, campeão de votos na última eleição. Se cogita que alguns nomes do partido possam surgir como candidatos federais, a exemplo do deputado estadual Ricardo Barbosa, muito atuante e com grande base eleitoral.
Já o PSDB, partido do pré-candidato ao governo, Pedro Cunha Lima, almeja por novos ares, dessa vez no governo do estado, e não deve apresentar candidatos expressivos para disputa federal, isso porque os seus principais nomes transitaram para o PSC, visando o fortalecimento dos votos e legenda. Bem como o PP, liderado pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que provavelmente estará concorrendo ao senado federal na chapa de situação do governo. Mas jovens nomes podem surgir nessa disputa, como Lucas Ribeiro, atual vice-prefeito de campina e sobrinho de Agnaldo, bem como se ventila o nome de Mércio Lucena, filho do atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena.
Quase que na lanterna, temos o tradicional MDB, que tem como força atual na Paraíba o Senador Veneziano Vital, pré-candidato ao governo do estado. O MDB sem dúvidas, foi o partido que mais sofreu com essas atuais mudanças, pelas baixas na janela partidária. Nessa disputa, até o momento o MDB ainda não possui nenhum “puxador de votos” para câmara federal, o que pode ser histórico no estado, o partido não conseguir uma cadeira na câmara federal.
Com isso, podemos resumir que a eleição do “salve-se quem puder” traz um feedback de que a base eleitoral vale mais do que a unificação do discurso partidário. Ou seja, não há mais promessas antigas de união, ou partidos alinhados até a morte como estávamos acostumados a observar nos pleitos anteriores. Agora, cada um precisa se aliar com quem lhes traga mais conforto e tranquilidade, situação que tende a se dinamizar com as movimentações para definição das chapas majoritárias.
Faltando seis meses para a grande festa da democracia, é preciso analisar que não há demérito nessa dança de cadeiras. É o famoso “cada um por si e Deus por todos”. Vale tudo? Sim! Tudo é válido na política. De alguma forma, nós eleitores é que somos os protagonistas desse jogo enigmático e porque não dizer, divertido. Muita água vai rolar. Aguardemos os próximos capítulos.
Uma das poucas certezas que temos no mundo da política, foi bem traçado por Nicolau Maquiavel (1469-1527) filósofo político, historiador, estadista e escritor italiano, autor da obra-prima “O Príncipe”, ele assim dizia que em política, os aliados de hoje são os adversários de amanhã. Isso faz parte da dinâmica natural do processo político, e como sempre digo : “quem não faz sacrifício, não alcança benefício”. No fim todos estão procurando o melhor caminho par sua vitória. Foi dada a largada e que comecem os jogos
Os motores da política paraibana estão prendidos e tomando forças para a grande arrancada em primeiro de abril de 2022. Quem viver verá!
As projeções referentes à política paraibana para 2022 tendem a ser difíceis. Não há bola de cristal, cartas de tarot, banhos de ervas ou consultas com videntes famosos que possam indicar o que virá, de forma efetiva.
A política é muito parecida com um imenso lego de gigantescos blocos coloridos. Cada cor, reflete uma opinião, e caso a coloração não se “entenda”, o brinquedo começa a desencaixar suas peças, e aquele que já foi um belo castelo construído pelo diálogo se desfaz, pondo todo um projeto novamente no alicerce, a fim de ser reconstruído. Observo isso no momento atual da política paraibana. Rompimentos começaram e, aquela peça que um dia fez parte do castelo, hoje já não está lá.