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PSG: “Era Mbappé” já tem atrito com Neymar, racha no elenco e caça a argentinos

O reinado de Kylian Mbappé como peça principal do projeto do PSG começou turbulento. Bastou um jogo oficial na temporada para que a “nova ordem” do clube parisiense fosse estremecida. Mas o comportamento do jogador na vitória por 5 a 2 contra o Montpellier, no último sábado (13), pelo Campeonato Francês, apenas expôs incômodos que já existem no elenco há mais tempo.

Neymar e Mbappé em treinamento do PSG durante tour pelo Japão, em julho de 2022 - Koji Watanabe/Getty Images

Desde que assinou um novo contrato, no início de maio, tornando-se o jogador mais bem pago do clube e frustrando o Real Madrid, Mbappé passou a ter um comportamento diferente. Companheiros de vestiário usam palavras como “mimado” e “insuportável” para referir-se ao camisa 7, segundo apurou o UOL Esporte.

A transformação de Mbappé passa, de acordo com fontes com trânsito no PSG, por dois fatores principais. O primeiro tem relação com o novo contrato: além de um salário superior ao de Neymar e Messi, o francês passou a ser ouvido em decisões extracampo. Ele foi a favor, por exemplo, da demissão do treinador Maurício Pochettino e do diretor de futebol Leonardo. O camisa 7 também pediu ao presidente Nasser Al-Khelaifi que desmontasse a “república argentina” que existia no vestiário e era composta em sua maioria por jogadores do país.

Além de Messi, o grupo tinha Di María, já negociado com a Juventus, Mauro Icardi e Leandro Paredes. Assim como os ‘hermanos’, também integram a lista o espanhol Ander Herrera e o costa-riquenho Keylor Navas, todos em vias de saída nos próximos dias. A ideia por trás do “desmonte” do grupo seria criar uma nova ordem, algo semelhante ao que aconteceu após as saídas de Thiago Silva e Daniel Alves. Assim, Mbappé poderia emergir como uma nova liderança em um vestiário mais francês após as chegadas do treinador Christophe Galtier, do zagueiro/lateral Nordi Mukiele e do atacante Hugo Ekitike. No entanto, o esperado processo de transformação de Mbappé em líder do grupo ainda não aconteceu.

Neymar, que tem proximidade com o grupo dos argentinos, chegou a ser tratado pelo clube como jogador negociável, em decisão à qual Mbappé não se opôs. Sem propostas que agradassem, o PSG manteve o brasileiro no elenco. No início de julho, segundo o jornal “L’Équipe”, Neymar ativou uma cláusula contratual e estendeu o vínculo com o clube por um ano extra, até 2027. O segundo fator que influencia a mudança de postura de Mbappé é pessoal: a mãe e empresária do jogador, Fayza Lamari, cobra há anos que ele se imponha no vestiário e nunca aprovou as brincadeiras que os colegas faziam com o filho. Em uma delas, em 2017, o zagueiro Thiago Silva deu de “presente” ao francês uma máscara de Tartaruga Ninja. Com o novo contrato e a expectativa de ser o novo líder do clube, a cobrança por uma postura diferente se intensificou.

Lionel Messi, Neymar e Mbappé escutam instruções do técnico Christophe Galtier em treino do PSG no Japão - Koji Watanabe/Getty Images - Koji Watanabe/Getty Images

Solução diplomática Depois de perder um pênalti quando o jogo ainda estava 0 a 0, Mbappé pediu a bola a Neymar para cobrar uma segunda penalidade, quando o placar já apontava vantagem de 1 a 0 para o PSG. O brasileiro não deu ouvidos e converteu a cobrança, fazendo 2 a 0. Além do atrito com o camisa 10, o francês protagonizou uma cena insólita, quando deixou de acompanhar um contra-ataque ao não receber um passe do meio-campista português Vitinha. Essa atitude, mais do que a discussão sobre a cobrança de pênalti, foi o que ligou o sinal de alerta no PSG.

Durante toda semana, o clube tem trabalhado para encerrar o caso de forma diplomática. O técnico Christophe Galtier e o diretor de futebol Luís Campos preferiram conversar com Neymar e Mbappé para tentar selar a paz entre ambos, sem qualquer tipo de punição ou declaração pública. Dentro do clube, o episódio é considerado o primeiro grande desafio de Galtier. Embora seja admirado pelas principais estrelas do elenco -destacadamente por Messi-, o novo treinador nunca teve um vestiário com jogadores de tanto peso, nem viveu situação parecida em seus quase 20 anos de carreira.

Fonte: UOL

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