Rebeca Andrade ganha ouro no individual geral no Mundial de Ginástica
A paulista Rebeca Andrade conquistou a medalha de ouro na prova individual geral, no Mundial de Ginástica. Foi um feito inédito para o Brasil. As adversárias mais perigosas estavam ali ao lado, nem assim a expressão da Rebeca mudava. Nada de sorrisos, pelo menos até o salto dela. Velocidade, força, altura, técnica, e, aí sim, salve simpatia!
“Procuro colocar toda a minha concentração nisso, respirar fundo e fazer a ginástica que eu sei fazer”, explica a campeã Rebeca Andrade.
15.166, nota altíssima logo na abertura da final individual geral, a disputa mais nobre da ginástica, prova em que a Rebeca tinha sido vice-campeã olímpica em Tóquio. Quatro décimos acima da segunda melhor ginasta nesse aparelho, a Jade Carey, dos Estados Unidos. Cartão de visitas melhor não há.
Na sequência, a Rebeca fez as barras assimétricas, e o que costuma ser um aparelho onde ela abre vantagem para as adversárias, nesta quinta-feira (3) teve um efeito contrário. Um desequilíbrio no meio da série deixou a Rebeca com a nota 13.800, enquanto a americana Shilese Jones fez 14.366.
O aparelho mais difícil da ginástica feminina seria decisivo. A trave mostrou que a brasileira anda com equilíbrio em dia. Frieza para passar sem queda, nota:13.633, melhor do que as duas ginastas americanas.
E o primeiro ouro do Brasil no individual geral na história dos campeonatos mundiais tinha que vir com dança.
Um “Baile de Favela” para levantar o público inglês, lavar a alma do povo brasileiro:14.400 no solo e 56.899 na pontuação geral. Ouro para Rebeca, prata para Shilese Jones, dos Estados Unidos, bronze para Jessica Gadirova, da Grã-Bretanha.
Repórter: Uma mulher negra, conquistando uma medalha de ouro, em ambiente mundial, falando de certa forma da favela, do ambiente dos menos favorecidos.