Vem, Copa! Brasil arrasa a Tunísia com dois de Raphinha em último amistoso
Com autoridade, a seleção brasileira goleou a Tunísia por 5 a 1 nesta terça-feira (27), em seu último amistoso antes da Copa do Mundo do Qatar. No Parque dos Príncipes, em Paris, foram quatro gols marcados no primeiro tempo: por Raphinha, aos 10 e 39 minutos, Richarlison, aos 18, e Neymar, aos 28, em cobrança de pênalti. Na etapa complementar, o flamenguista Pedro marcou seu primeiro gol pela seleção brasileira aos 28, e cravou espaço na briga por uma vaga na Copa.
A Tunísia foi escolhida como um dos testes nesta reta final de preparação para o Mundial porque vinha de sete jogos de invencibilidade, com cinco vitórias e dois empates, e nenhum gol sofrido nessa sequência. Em campo, não foi páreo para o Brasil mesmo com a escolha de Tite por uma formação mais cautelosa de saída, com Fred titular em vez de Vini Jr.
O próximo compromisso da seleção brasileira está marcado para o dia 7 de novembro. Mas não tem bola rolando: é a convocação final dos 26 jogadores para a Copa do Mundo. A estreia está marcada para o dia 24, às 16h (de Brasília), contra a Sérvia. Já a Tunísia está no Grupo D do Mundial e começa sua trajetória enfrentando a Dinamarca dois dias antes.
Raphinha e mais dez
Raphinha parece que joga há anos na seleção brasileira e não quer dar espaço para qualquer variação que não tenha seu nome entre os titulares. Mais um jogo consistente do dono da ponta-direita do Brasil. Nos números frios, dois belos gols e uma assistência para Richarlison. O repertório dele envolve drible, posicionamento e finalização. No jogo passado, o pé canhoto já tinha cobrado um escanteio de forma preciosa para o gol de Marquinhos. Hoje, o tapa no canto tocou a trave antes do quarto gol, ressaltando a qualidade dele nesse fundamento.
Mais uma atuação consistente
Tite optou por usar contra a Tunísia uma formação que, no papel, seria mais conservadora do que aquela usada diante de Gana. Mas o posicionamento foi quase similar: cinco jogadores ocupando o setor ofensivo, construção com um trio na linha de zaga e um lateral se juntando a Casemiro para completar o desenho do 3-2-5 (quando o Brasil tinha a posse). Vini Jr. começou no banco porque o homem mais aberto pela esquerda era Paquetá. Fred não foi volante, mas, sim, um articulador avançado pela direita.
Tatiquês à parte, a seleção mais uma vez teve uma atuação muito consistente. Conseguiu sair em vantagem relativamente cedo no jogo, achando uma bola longa que é um “luxo” para quem tem jogadores de defesa com tanta qualidade. A assistência de Casemiro no primeiro gol foi uma situação vivida em jogos passados por Thiago Silva e Marquinhos.
Raphinha estava inspirado, Richarlison mais uma vez estava com apetite e Neymar estava chamando a responsabilidade – de início, caiu na provocação de alguns tunisianos, mas passou a fugir de confusão e virou alvo da agressividade adversária. Os companheiros passaram a “comprar a briga” de Neymar quando necessário.
A única derrapada do Brasil foi o gol tunisiano. Mas o primeiro tempo foi avassalador. A pimenta que os tunisianos tentaram colocar no jogo deixou o time de Tite ainda mais vibrante. Teve reação rápida ao gol de empate, paciência com a bola e efetividade nas conclusões. Mais uma vez o teste da variação tática deu certo.
No segundo tempo, com o placar de 4 a 1 construído e a Tunísia com um jogador expulso, Tite ainda deu chance a Pedro. O atacante do Flamengo aproveitou e mostrou estrela, sendo autor do quinto gol. Um grande contraste em relação a Matheus Cunha, que tem oito jogos pela seleção e nenhum gol.
Expulsão marca arbitragem
Tudo que o árbitro francês Ruddy Buquet tentou fazer ao longo de Brasil x Tunísia foi evitar que o jogo deixasse de ser quente para virar uma pancadaria. O cartão vermelho mostrado para Bronn aos 41 minutos do primeiro tempo depois de um pontapé em Neymar foi prova disso. O lance foi forte, mas não de extrema violência. Buquet ainda deu mais três cartões amarelos, um deles justamente para Neymar, que correu risco de expulsão por um revide de falta visto por alguns como agressão.
Reação rápida faz a diferença
O Brasil tomou o empate num lance que quase nunca acontece: cobrança de falta na área e cabeceio de Talbi. Isso rolou aos 17 minutos do primeiro, mas nem deu tempo de as críticas esquentarem pela falha numa fase do jogo tão treinada por Tite e sua comissão. É que Richarlison recolocou o time em vantagem no minuto seguinte e permitiu que a seleção mantivesse seu estilo.
Jogando fora de casa
A seleção brasileira jogou como visitante. Se em Le Havre, contra Gana, os franceses se comportavam com uma plateia de teatro, no Parque dos Príncipes o clima foi de guerra. A comunidade tunisiana, quarta maior entre imigrantes na França, compareceu em peso.
O estádio ficou pintado de vermelho, e a torcida mostrou sua força desde o aquecimento, vaiando os jogadores do Brasil. Ao longo da partida os tunisianos usaram sinalizadores, fizeram muita fumaça vermelha e ofenderam e vaiaram os jogadores do Brasil, principalmente Neymar. Dentro de campo, o time adotou esse espírito num jogo fisicamente pegado.
Ato de racismo
No segundo gol do Brasil, marcado por Richarlison, um torcedor não identificado arremessou bananas em direção aos jogadores da seleção. Em vídeo que circula nas redes sociais, dá para ver duas unidades da fruta sendo jogadas no momento da celebração. O volante Fred chega a chutar uma delas e faz um sinal de indignação antes de outra banana ser arremessada em Richarlison.
Fonte: UOL