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Por Jefferson Procópio – Devaneio

Imagine uma nação, e nesta nação, as pessoas sempre respeitam todas opiniões, culturas, direitos e deveres, além de uma harmonia que caminhasse na mesma sinfonia de um grande contraditório. Agora idealize tudo isso em nosso Brasil, substituindo tudo o que vemos e vivenciamos, desde a forma de pensar, até o agir, em todos os aspectos formais e costumeiros. Pode ser algo estranho, afronte, mas somente assim, podemos ver que algo errado nos circunda.

País emergente, continental, gigante… Rico em diversidade, em adversidade, etnias, raças, culturas, religiões!

Entretanto, aqui no Brasil, variedade miscigenada não é tão positivo como achamos. Quanto mais enfrentamos a cultura da uniformidade societária, mais enxergamos o verdadeiro abismo que existe entre nós, pois, tudo o que mais lutamos, no final acaba virando uma espécie de combustível contrário no combate ao preconceito da variedade cultural. Tomamos por exemplo nosso nordeste; lindo e diversificado, porém, escuso e empobrecido.

Calma, caros leitores, longe da minha pessoa, querer causar acirramento entre regiões! Mas coloco nosso nordeste como exemplo factual, encarado como uma região “carregada pelo país”, onde na cabeça de muitos, só existem pessoas com pouco estudo, poucas oportunidades e menos ainda quando se fala em contribuição de desenvolvimento. Porém, são falácias e dados completamente errados.

Poderia passar horas e linhas escrevendo, comparando e colocando contribuições verdadeiramente impactantes e consideráveis da população nordestina, além da alta parcela econômica, diversificada e cultural. Contudo, o ponto não é esse, mas sim, de uma sociedade que realmente consiga aceitar e conviver com suas oposições e opiniões, desde que, conviva de forma apaziguável entre si.

Seria um devaneio meu? Não sei, mas sonho com o dia em que vamos viver como pessoas que aceitam e reconheçam suas diferenças como qualidade, e não defeito. Somos a geração que pode fazer a diferença, que pode mostrar uma evolução consciente do modus operandi tradicional, e cultivar algo que jamais vimos, entrar no futuro próximo como o verdadeiro conceito da palavra nação.

Conceito e desconceito de Nação

Nação é um termo utilizado para se referir a um grupo de pessoas ou habitantes que compartilha de uma mesma origem étnica, de um mesmo idioma e de costumes relativamente homogêneos, ou seja, semelhantes entre os seus pares. No dicionário, perfeito, excelente, uniformidade absoluta. Fora dele, um verdadeiro show de descrédito e desrespeito.

A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e hábitos. E tem se observado muito isso, o costume de descreditar os que são diferentes, porque pertencem a outro lugar, pode ser encontrado dentro de uma sociedade. Agressões verbais, e até físicas, praticadas contra os estranhos que se arriscam em determinadas regiões de nossas grandes cidades é um dos exemplos. Incluem-se aqui as pessoas que observam e desprezam as outras culturas em função da sua própria cultura, tomando-a como padrão para valorizar e elitizar as restantes.

Conforme os anos passam, constituem regramentos para comportamentos em todo o país, dificultando esta porta de entrada, convenientemente velada de eticamente correta, abastando e empurrando para regiões desfavorecidas ou pouco valorizadas das demais. Em seu avanço, surgem visões etnocêntricas e preconceituosas, causando mais conflitos e mais ataques, renovando cada vez mais o círculo vicioso das elites, alimentando e causando o fim de alguns costumes tradicionais que são menos vistos ultimamente.

Quem perde com tudo isso?

 

Da Redação / Página PB

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